quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Harmonia familiar – o amor pode dar certo (II)

A psicoterapia sistêmica do psicoterapeuta alemão Bert Hellinger, trata das constelações familiares e seus desequilíbrios traduzidos em desajustes familiares. Segundo ele, um sistema ou constelação familiar consiste:
(...) numa comunidade de pessoas unidas pelo destino, através de várias gerações, cujos membros podem ser inconscientemente envolvidos no destino de outros membros. São partes dessa comunidade:
· O filho e seus irmãos ou meio irmãos, inclusive os falecidos e natimortos;
· Os pais e seus irmãos ou meio irmãos, inclusive os falecidos prematuramente e os natimortos;
· Os avós, e raramente um irmão ou meio irmão dos mesmos;
· Todos os que cederam lugar a outros nesse sistema – mesmo que não sejam parentes. É o caso de algum cônjuge ou noivo dos pais ou avós mesmo que já falecidos; e
· As pessoas que tiveram um destino funesto ou foram lesadas por um membro do sistema, excluídas, dadas a terceiros, desprezadas ou esquecidas.

Nessas constelações atuam leis naturais que tratam do equilíbrio do sistema, isto é, quando o sistema sofre um desequilíbrio causado por uma falta cometida por um de seus membros, essa falta é compensada por outro membro do sistema, independente de sua culpa ou inocência e independente da geração a qual pertença. O sistema busca o equilíbrio de maneira cega para expiar as culpas/faltas da constelação.
Ora, se nós considerarmos que existe um registro dessa história evolutiva da espécie (família), pelo menos, desde a instalação dos traços de memória, sistema explicitado anteriormente, poderemos aceitar o fato de que cada um de nós traz em seu banco de potencialidades (inconsciente) todos os resultados, prazerosos ou não, de ações empreendidas no sentido de minimizar a angústia. E o fazemos não só para atender a nós mesmos, mas para atender a necessidade de nossa espécie, que agora está representada pela constelação familiar. Assim, podemos dizer que cada um de nossos atos está impregnado desses sistemas, mesmo que não tenhamos consciência disso.
Tendo a acreditar que esses campos mórficos tenham relação com os instintos sexuais, a energia libidinal ou mesmo o Orgone de Reich, mas deixo esses temas para estudos posteriores.
Uma grande parte das teorias psicoterápicas desconhece esses vínculos e tendem a isolar a pessoa adulta de seu meio familiar considerando a sua individuação no processo de amadurecimento, a sua passagem para a vida adulta e a sua ida para o mundo como um rompimento dos laços familiares/antepassados.
Já vi alguns terapeutas pregarem o afastamento da família para o alcance do paraíso!
O que observamos então, apesar dos esforços das comunidades científicas e religiosas, é uma confusão geral na família que, segundo alguns especialistas, está se extinguindo ou se reformando na busca de um modelo que possa minimizar os efeitos da angústia que assola a sociedade.
Hoje, com o advento do raciocínio sistêmico e o desenvolvimento das pesquisas fenomenológicas, a tendência é, não só estudar o homem em seu meio, mas, principalmente, facilitar o seu desenvolvimento no ambiente onde esteja inserido, respeitando a sua natureza e a de seu grupo familiar.
Para isso, podemos começar imaginando que cada família está envolta em um campo mórfico que funcionaria como fios de elástico que permitiria o afastamento de seus membros, mas não a ruptura, e onde seria possível a transmissão de informações da espécie. Segundo ainda Sheldrake, talvez por aí se expliquem os vínculos sociais, importantes para a sobrevivência do homem. (continua...)

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